Ao longo das últimas décadas, a evolução da tecnologia tem proporcionado avanços que estão contribuindo para diversas áreas, como computação e TI, educação, finanças, marketing e propaganda, medicina e saúde, turismo, serviços, entre outros.
A realidade aumentada (RA), “prima” da realidade virtual, é uma dessas inovações que integram aspectos simples do dia a dia, como os filtros das redes sociais e jogos, como o famoso Pokémon Go.
Porém, como o meu foco aqui é a saúde, a pergunta que não quer calar é: já existe realidade aumentada na odontologia? A resposta é sim.
Afinal, o mercado odontológico não iria ignorar o potencial de um mercado que, até 2028, valerá US$ 252 bilhões, segundo projeções do site Statista.
As tecnologias de realidade aumentada permitem interações avançadas entre o ambiente real e o virtual. Os óculos de RA, chamados headsets, são os melhores exemplos que mostram o quanto as experiências podem ser imersivas.
Quer saber mais sobre realidade aumentada aplicada à saúde? Continue a leitura do artigo, pois explico o conceito, a função e as possibilidades de aplicação de RA na prática odontológica.
O que é realidade aumentada?
A realidade aumentada (RA) é a união de elementos visuais e sonoros digitais com o ambiente real para criar uma experiência interativa por meio de tecnologia holográfica, como câmeras e sensores de movimento. A RA integra três recursos principais:
- a associação do mundo físico com o digital;
- a interatividade em tempo real;
- a visualização precisa em 3D de elementos virtuais e reais.
Com o apoio da RA, é possível criar e repassar instruções em interações presenciais ou à distância, permitindo colaborações mais eficientes, seja na área da educação ou na prestação de um serviço.
A proposta pode parecer coisa de filme de ficção científica, mas o conceito é bastante palpável. Por exemplo, a realidade aumentada para dentistas pode ser utilizada com o apoio de um smartphone ou tablet de forma bastante simples e direta.
Ainda assim, isso representa um ganho significativo para a odontologia, contribuindo ativamente para o aprimoramento das técnicas e do relacionamento com o paciente.
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Diferença entre realidade virtual e realidade aumentada
Antes de continuar, cabe fazer essa diferenciação. Na realidade aumentada, os elementos virtuais são inseridos no mundo real, criando uma realista mista.
Já na realidade virtual, a experiência é totalmente digital, ou seja, a pessoa fica totalmente imersa em um ambiente digital, interagindo com imagens e sons artificiais. Isto é, as ações não saem desse âmbito. Um exemplo são as interações no metaverso.
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Qual a principal função da realidade aumentada?
A principal função da realidade aumentada é facilitar métodos de ensino, análises e a visualização detalhada de elementos, criando uma experiência prática e imersiva com o conteúdo a ser estudado.
Lembra dos livros e manuais de odontologia com folhas e folhas detalhando procedimentos, instruções e características dos dentes importantes para cada procedimento?
Com a realidade aumentada na odontologia, as instruções são repassadas por meio de simulações dos procedimentos, com as instruções na tela para não interferir no foco do processo.
Ou seja, o que está sendo visualizado na tela, em paralelo com as ações executadas no ambiente real, cria uma dinâmica que favorece a imersão total no conteúdo. Uma das vantagens da dinâmica de RA é captar totalmente a atenção.
Onde a realidade aumentada pode ser usada?
A realidade aumentada tem aplicações muito interessantes na odontologia e trouxe os exemplos abaixo para ilustrar algumas dessas possibilidades e mostrar como essa tecnologia enriquece a formação de estudantes e dentistas. Confira!
No processo de aprendizado
O uso da realidade aumentada na odontologia como apoio ao processo de aprendizado é um destaque da aplicação dessa tecnologia.
Agora, em vez de assistirem a vídeos ensinando uma técnica de canal, por exemplo, os alunos podem manipular o dente na prática, seguindo as instruções na tela do smartphone.
Na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), esse recurso é utilizado nos laboratórios do curso de Odontologia. O objetivo, segundo a instituição, é preparar melhor os alunos para o exercício da profissão. Assim, eles ganham experiência prática ainda na graduação.
O projeto foi desenvolvido em parceria com a clínica Odontorad e a Scanlab e os alunos só precisam do celular para ler o QR code, visualizar os modelos em 3D na tela e fazer os exercícios propostos. O vídeo abaixo mostra como são as aulas:
Na simulação de procedimentos
A simulação de procedimentos ajuda os dentistas a treinar técnicas cirúrgicas, métodos de implante e soluções de casos complexos, avaliando todas as variáveis que podem interferir positiva ou negativamente em todo processo.
Com os softwares de realidade aumentada na odontologia, as simulações são mais realistas e detalhadas, ajudando a melhorar a precisão e a atenção durante a execução real do trabalho.
Na exibição de resultados para os pacientes
Imagine só apontar a câmera do celular ou tablet, capturar a imagem e mostrar para o paciente o antes e depois do seu tratamento. Essa é outra aplicação da realidade aumentada na odontologia.
A empresa suíça Kapanu desenvolveu um software de reconstrução em 3D da arcada dentária que auxilia o processo de criação de próteses, mostrando os resultados do tratamento em tempo real para os pacientes.
A partir do mapeamento da dentição, o sistema gera em poucos segundos as mudanças necessárias para devolver a harmonia ao sorriso. Com isso, o paciente ganha mais previsibilidade no tratamento e o dentista consegue antecipar os desafios do processo.
Veja como funciona no vídeo abaixo:
Nas análises de caso e diagnósticos
Outro uso da realidade aumentada na odontologia é nas análises de casos e fechamento de diagnóstico. As imagens escaneadas podem ser manipuladas e analisadas como se o paciente estivesse presente.
Assim, é possível melhorar a precisão do diagnóstico e definir a melhor abordagem, considerando o estado atual do paciente.
O que são óculos de realidade aumentada?
Os óculos de realidade aumentada, também chamados de headsets, ou “dispositivos vestíveis”, são acessórios que permitem a imersão no ambiente interativo criado por essa tecnologia.
Existem modelos que bloqueiam totalmente o mundo real, voltando a atenção para a projeção feita pelas lentes e outros que preservam o contato com o mundo real durante as apresentações virtuais.
As principais empresas que estão apostando no desenvolvimento desses acessórios são Google, Apple e Microsoft. A projeção é que o valor do mercado de RA em dispositivos móveis alcance os US$ 36 bilhões até 2026.
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